Hoje por ocasião do 5º Encontro de Casais em 2ª União, Grupo Bom Pastor, fui convidado a falar sobre esses dois assuntos... “A PACIÊNCIA” e o “PERDÃO”... lembrei que para isso primeiramente devemos conhecermo-nos a nós mesmos...
Bem me lembrei do “PERDÃO”, sim o mesmo perdão que Jesus nos fala em Mateus 18, 21-22 – “Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes? Jesus respondeu: Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.”
"Se quiseres encontrar a felicidade, por momentos, vingue-se. Mas, se quiseres ser feliz pelo resto de teus dias, perdoa".
Ora, a paciência é a virtude que o indivíduo maduro demonstra ter ao manter o controle emocional equilibrado, sem perder a calma, ao longo do tempo, mesmo diante de uma injustiça ou de uma atitude impaciente... E não esqueçamos: o equilíbrio emocional é uma grande virtude do líder cristão. (...quando eu era criança pensava como criança, agia como criança... mas agora não, já tenho consciência e essa é uma condição do pecado – ter consciência do que é certo e errado – I Cor 13, 1-13).
Mas ao mesmo tempo “perdão” e “amor” andam juntos e quem “ama” está em Deus, por isso quem não perdoa ou não pede perdão está afastado de Deus, são inseparáveis. Por isso o cristão até pode ter uma atitude impaciente, mas na sua condição de cristão deve parar, repensar e corrigir sua atitude.
Todos nós erramos, afinal somos humanos, agora a diferença está justamente aí, na humildade do cristão ao imitar Cristo... “Pai, perdoai-lhes...”
O ser paciente tem capacidade de se libertar da ansiedade, tem a excepcional capacidade da articulação mental (é aquele que consegue ver com antecedência o que os seus atos impacientes vão gerar = mal estar; agitação, inquietação; desmotivação; frustração; entre tantos outros “...ção”).
Por tudo isso que o indivíduo paciente é um motivador da “empatia”. Aquele que sabe se colocar no lugar do outro ou dos outros, antes de qualquer ato impaciente, vai verificar se sua atitude não vai ocasionar no outro ser ou no grupo social todos estes aspectos – “...ção”... – ou seja, ele pensa antes de uma atitude impaciente: “se fosse comigo, como eu me sentiria?”
E esses sentimentos doloridos ficam principalmente entre seres que se amam, pois estes ficam a se questionar: onde foi que eu errei? Ou, onde foi que nós erramos? Ou, poxa eu não devia ter feito ou dito isso! Porque entre outros grupos formais ou sociais isso não gera nenhuma preocupação... Na verdade, eles não estão nem aí para o outro. Ele é mais dolorido quando é entre amigos e irmãos. Mas também é mais frequente entre esses, por isso mesmo num outro texto Jesus já nos adverte que deveremos nos perdoar 7 vezes ao dia.
Assim, o ato de impaciência é muitas vezes também um ato de injustiça.
É um ato de injustiça porque faço o outro ou os outros viverem sentimentos que não se faziam necessários e o pior disso tudo é que não raras vezes, minha impaciência, sequer me permite reconhecer estar errado e posteriormente reconhecer meu erro, quando então com humildade e com dignidade deveria pedir perdão. Muitos o orgulho não permite esse exercício do pedir e dar perdão. Preferem o veneno do rancor, da raiva, da ira, do ódio...
Além disso, quando vivemos em grupo, quando somos comunidades de cristãos, normalmente, nossos atos deixam de machucar apenas um, mas muitas vezes por tabela machuco ou faço muitos sofrerem, motivo pelo qual, o ato de pedir e dar perdão deve vir mais depressa ainda, porque é injusto fazer tantos sofrerem por apenas uma atitude.
Infelizmente, às vezes, a paciência para alguns parece ser uma virtude à beira de extinção, somos como “Ferraris” e vamos de 0 a 180 km/h, em segundos, esquecendo que palavras são como flechas, depois de disparadas não adianta correr atrás, porque não raras vezes atingem em cheio o coração do outro.
Agora, a vantagem é que enquanto estamos vivos podemos voltar atrás, corrigirmos nossos passos, por isso Jesus em sua catequese em todos os Evangelhos nos ensina a virtude do “perdão”... Sem perdão não há conversão... Ninguém pode se declarar um convertido se não sabe perdoar... Portanto, se houve impaciência, automaticamente provavelmente houve alguém machucado, ferido e é dever do cristão pedir e dar perdão...
Portanto, se hoje eu fui impaciente com algum de vocês, se machuquei o seu coração por um ato impaciente, por favor, peço desculpas, peço que me perdoem... Por favor, não olhem apenas para meus erros, mas também, lembre-se dos momentos que vivemos juntos (bons ou maus) e na vida isso é o que importa, temos os mesmos sonhos, gostamos das mesmas pessoas e “principalmente”, somos irmãos: “COMUNGAMOS DO MESMO CRISTO”...
Sejas sempre justo e correto com todos, mas principalmente sempre com que é justo e correto contigo... reconheça o esforço, a paciência e o carinho com que o outro muitas vezes larga tudo, sua vida, seus problemas, suas dificuldades para assistir e cuidar do meu sofrimento, da minha dor e do meu mal estar, portanto, “paciência”, “justiça” e “perdão” devem andar juntos...
Vocês são muito importantes para mim e tu és eternamente responsável por aquele que cativas.
Perdão! E obrigado por serem o que são em minha vida.
Shalom!