terça-feira, 3 de julho de 2012

UMA ABORDAGEM PARA PAIS E ADOLESCENTES SOBRE: DROGAS, NAMORO E SEXUALIDADE...



É considerável o número de jovens e pais que nos procuram semanalmente para tratarem desses assuntos: namoro, paixões, amor, drogas, sexualidade, relacionamentos interpessoais... Às vezes parece até mais fácil falarmos com os filhos dos outros sobre isso do que os nossos mesmos não é verdade?

Essas orientações nós passamos normalmente para pais e jovens que seguem a doutrina cristã, mas também são válidas para os demais jovens e demais famílias. Os casais e os filhos cristãos devem lembrar sempre que a Palavra de Deus nos inspira e nos fala sobre todos esses assuntos: castidade, fidelidade, cuidar e preservar o corpo templo do Espírito Santo. Lembrando ainda que não existe meio cristão ou cristão morno... ou somos ou não somos, simples assim!

DIÁLOGO

Há pais que acham cedo conversar com o filho de doze anos, por exemplo, sobre namoro, sexo e drogas. O problema é que o mundo contemporâneo favorece o contato com esses assuntos. A televisão, o cinema, a internet, os grupos sociais, tudo facilita que esse contato ocorra mais cedo. Nossa obrigação é informar, embora possa parecer uma intervenção precoce, porque as coisas acontecem e não dá para fechar os olhos. Não dá para esperar que o filho tenha 15 ou 16 anos, porque aí pode ser tarde demais. As clinicas de tratamento de dependentes e o setor de maternidade do nosso hospital desmentem essa idade 15 ou 16.

Não dá para estabelecer uma data limite. Quando tiver 15 anos me procura que falaremos sobre isso. É preciso antecipar o momento da conversa para que os adolescentes possam aprender a pensar antes de agir, uma vez que eles normalmente agem sem pensar.

Vejo como de fundamental importância os pais participarem da vida de seus filhos, do seu mundo e criar momentos especiais na relação que favoreçam o diálogo. A cena da novela, um filme, a notícia do jornal, um comentário do amigo podem ser o pretexto oportuno para os pais expressarem sua opinião. É de extrema importância os filhos saberem que podem conversar com os pais e ouvirem sua opinião sobre determinados assuntos. Infelizmente, na correria do mundo de hoje, esse contato está desaparecendo e os jovens ficam sem modelos.

Os pais imaginam que os filhos não prestam atenção em suas palavras, não lhes dão ouvidos. Não é verdade. A família é o principal fator de proteção nessa fase. Quanto mais diálogo houver, quanto mais os pais conhecerem o filho, os amigos do filho e quanto mais souber o que ele está fazendo, melhor será o resultado na sua educação e formação. Se o pai diz: “Olhe, leve o guarda-chuva, porque vai chover” ou “Ponha um agasalho, que está frio”, ele imediatamente retruca que não quer “pagar mico” diante dos colegas. Atitudes como essa podem tornar, muitas vezes, o relacionamento do dia a dia mais difícil. O jovem tem muita dificuldade no aspecto “silenciar” e “ouvir”, sem contestar.

JOVEM QUESTIONADOR (aborrecente?)

Questionar tudo, querer saber os porquês também são características comuns da forma de pensar dos adolescentes. Muitos os consideram pessoas difíceis nessa fase, vejo vários profissionais que trabalham com eles, inclusive educadores, dizerem que são “aborrecentes”.

Não acho legal chamá-los assim (aborrecentes), não gosto dessa expressão, considero ser um mau começo para estabelecer um canal de diálogo proveitoso com eles. Acho a expressão chula e injusta para com aqueles que também nos ensinam tanto.

DROGAS

Muitos adolescentes também me procuram porque experimentaram uma droga e querem saber se já estão viciados ou se ficaram dependentes. Tenho acompanhado com apreensão o aumento significativo no número de jovens (cada vez mais novos) que vão para as baladas e boates, e tem consumido ecstasy, droga essa que muitos deles chamam de “bala”. Sabemos que os efeitos da cocaína e do crack são mais devastadores, mas é importante lembrar também do ecstasy, a tal “balinha” que a juventude tem consumido nessas festas, boates e baladas estão lhes trazendo sérios prejuízos. O problema é que muitos adolescentes acham que, por ser chamado também de “bala”, ela é uma droga inofensiva – Não pessoal, o ecstasy é uma droga que pode provocar muitos danos, muitos prejuízos irreparáveis ao sistema nervoso, bem como, é um facilitador para a vitimização, principalmente no estimulo das brigas, dos estupros, das irresponsabilidades no trânsito, etc.

Os pais devem estar atentos principalmente para a questão das drogas lícitas (álcool e fumo). Obervar as páginas e fotos dos seus filhos nas redes sociais, suas companhias, o estado que chegam em casa, pois se o jovem experimenta a droga (lícita ou ilícita) toda a semana, é um usuário. É preciso pontuar essas referências até para que os adolescentes se sintam mais respaldados.

É fundamental que os pais conheçam seus filhos. O primeiro sintoma de que algo de errado está acontecendo é o prejuízo nas atividades cotidianas, as alterações na rotina de vida: baixo rendimento escolar, desinteressou-se pelas atividades esportivas, abandonou seu grupo social, seus amigos, seu movimento de jovens na igreja, os pais precisam investigar por quê. Sem dúvida nenhuma, a droga pode ser a responsável por essa mudança de comportamento, esteja atento.

FICAR/NAMORO/SEXUALIDADE

Com relação a esse assunto e também a vida em geral, o adolescente tem um falso sentimento de onipotência – acha que pode tudo – e de onisciência – acha que sabe tudo.

Nessa idade a sexualidade dos jovens está à flor da pele e por isso mesmo é obrigação e dever dos pais cristãos ensinar seus filhos dentro dos preceitos cristãos, colocando os devidos valores e estabelecendo os limites que julgarem corretos para uma relação (namoro).

É OBRIGAÇÃO BÍBLICA DOS PAIS PROTEGEREM SEUS FILHOS NESSE MOMENTO.

Os jovens precisam ter consciência das questões hormonais e físicas que falam durante o namoro, então se possuem preceitos e valores cristãos devem esforçar-se para cumprirem aquilo que Deus os orienta e não o mundo.

Lembre-se que o namoro cristão é totalmente diferente do namoro do mundo, pois o cristão tem um compromisso com Deus. Um jovem cristão jamais namora para passar tempo. Um jovem cristão respeita seu corpo e o corpo do seu companheiro, pois ambos são templo do Espírito Santo. Por isso mesmo devem evitar ambientes que estimulem seus impulsos sexuais. Devem evitar carícias e carinhos que os levarão a fazer aquilo que até então se propunham não fazer. Devem primar pela responsabilidade, maturidade, castidade e fidelidade. Devem assim evitar ficar sozinhos, ambientes e filmes promíscuos que estimulem os aspectos físicos.

Na verdade o que vejo dos jovens namorados, é acreditarem que nada de errado lhes pode acontecer. Quem vai engravidar é sempre a filha da vizinha, porque não sabe fazer as coisas direito. Que podem se estimular ou trocar caricia porque são bem resistentes, mas depois os resultados que vemos e ouvimos todos os dias são bem diferentes. Na cabeça deles não ficam doentes, não engravidam, nunca serão vítimas de estupros, de violência, nunca serão viciados (dependentes)... Cuidado! A verdade e as estatísticas mostram que a realidade não é essa.

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

Acompanho e oriento constantemente mães adolescentes. Normalmente fragilizadas, doentes física, psíquico e espiritualmente. Não se pode ignorar que muitas meninas engravidam aos 13, 14 anos. O que vejo e ouço dessas mães no hospital é um misto de medo, insegurança, incerteza, tristeza, pois para essas mães adolescentes, esse filho, essa gravidez representa a interrupção de um projeto de suas vidas.

Esse bebê, interrompe um ciclo de sonhos e projetos de vida. Essas mães com corpo de mulher, mas cabeça de criança ou adolescente agora passam a ter responsabilidade e atribuições de gente grande... Tudo fruto de atitudes impensadas, inconsequentes, irresponsáveis e volto a dizer, contrárias a doutrina cristã.

HOMOSSEXUALIDADE

Esse é um tema comum na minha semana. O que constato é que na adolescência, às vezes, podem ocorrer experimentações homossexuais. Esse tema vem sendo muito discutido na mídia e toda a vez que volta à pauta, na internet, numa novela ou em revistas, por isso mesmo, é comum alguns adolescentes me procurarem para saber se são homossexuais, uma vez que já rolou um beijo ou a menina já trocou carinhos com uma amiga, por exemplo.

Por isso, especialistas afirmam que o correto é falar em orientação sexual e não opção sexual. Na grande maioria dos casos, porém, foi mesmo só uma experimentação passageira para matar a curiosidade ou então fruto de uma pressão do grupo social.

Já fui procurado por meninas que me disseram ter ficado com vários meninos, até que tiveram vontade de beijar a amiga. O que percebemos é que essa necessariamente não vai ser sua orientação definitiva, tanto que a maioria delas, posteriormente as encontro com seus namorados.

Percebo também uma grande pressão e até mesmo uma publicidade subliminar em massa tentando estimular o homossexualismo entre os jovens. O que nao raras vezes gera muita confusão em suas cabeças. Vejo jovens confundindo sentimentos, jovens que amam amigos (as) como irmãos (amor Philia) confundindo esse sentimento com amor Eros.

CONCLUSÃO

Sim, os tempos são outros, a educação é outra, a formação é outra, mas o dialogo, o amor, o comprometimento entre pai e filho deve ser o mesmo. OS PAIS DEVEM CONTINUAR COLOCANDO LIMITES NAS RELAÇÕES COM SEUS FILHOS E SEUS FILHOS POR SUA VEZ RESPEITANDO E USANDO DE SUAS INTELIGÊNCIAS PARA COMPREENDER O PORQUÊ DESSES LIMITES. Outro aspecto importante na relação pai-filho é os pais terem espaços para exporem o motivo de suas preocupações para os filhos e demarcar esses limites com honestidade. Quando o adolescente pergunta por que não pode chegar da balada mais tarde como o amigo ou o filho do vizinho chega, o pai deve falar com clareza: “Olhe, você deve chegar a tal hora, porque fico muito preocupado com a sua segurança”. Quando o pai coloca um limite no namoro com relação a horário, local, etc. não é porque não confia, não é porque ele quer proteger a relação. Quando o pai estabelece as companhias e o local de frequência do filho, é necessário sentar e conversarem o porquê de cada norma, cada situação e juntos chegarem a um consenso. PENSE NISSO!

“Muitos filhos só entenderão que deveriam ter conhecido e amado mais seus pais no dia em que ele fecharem os olhos para sempre.” (Augusto Cury)

Shalom!

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